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terça-feira, 1 de novembro de 2016

CASA DE BONECAS

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O lúdico tem sua importância no desenvolvimento infantil, em especial as bonecas para as meninas. Você se lembra das caricias, maltrato, controles e ordens dadas às suas bonecas?
Lembra-se de uma boneca de plástico grande, bebê, com uma fralda? Ou daquela boneca com os cabelos até os pés, olhos de vidros, cílios grandes, prontos para dormir e despertar, com vestidinho, calcinha e sapatinhos? Das bonecas mais caras, com cheirinho agradável, elegantes, que podiam chorar, cantar ou tinham cabelos que cresciam?
Brincar de bonecas geralmente inclui levá-las a um passeio, trançar seus cabelos, ordenar que fiquem sentadas para receber as visitas ou que durmam a qualquer hora, conduzidas a um cantinho chamado de ‘quarto’.
As bonecas não podem fazer nada quando as crianças mordem os seus dedinhos, pois estão sujeitas à vontade de quem as manipula, sem opinião, sem voz, sem participação nas decisões. Com certeza, pois bonecas são inanimadas! 
À semelhança das bonecas, há mulheres que são tratadas como bonequinhas (pelo pai ou pelo esposo, ou ambos os casos). O drama vivido pela personagem Nora, o clássico "Casa de Bonecas", de Henrik Ibsen, dramaturgo mais importante da Noruega,  mostra as relações familiares no cotidiano de uma família burguesa da época.  Nora é uma mulher submissa e tudo o que faz gira em torno da casa e do marido, que a mantém confinada, controlando sua vida social e seu dinheiro. Sem liberdade e oprimida vive dupla personalidade, cheia de mentiras e hipocrisia, qualidades inadmissíveis para Helmer, marido -padrão. Nora chegou à conclusão que havia sido uma bonequinha nas mãos do pai e depois nas mãos do marido. Então, se rebela e decide abandonar o marido e filhos em busca da liberdade pessoal. Através do clássico "Casa de Bonecas" percebemos, no conjunto, valores familiares desprezados e, individualmente, que uma mulher quer uma casa, mas não casa de bonecas, onde é controlada e seus direitos desrespeitados. Nora sofria um grau de violência que transcende à agressão física. Ela sofria a violência moral, psicológica e sexual, certamente. Este drama de grande repercussão internacional, no Brasil (RJ, maio/2016) representou uma releitura contemporânea do texto original sobre os direitos sociais e conquistas da mulher, incluindo a Lei Maria da Penha, Lei 11.340/2006.
Mulher, se você está vivendo uma situação de risco e precisa de uma medida contra violência doméstica e familiar:
Ligue o número 180, da Central de Atendimento à Mulher
Denunciar ao Centro Humanitário de Apoio à Mulher.
Ligue 190 - Polícia Militar.
Quem souber ou estiver sofrendo agressões pode ainda procurar o próprio Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar, a Defensoria Pública do Estado, o Ministério Público do Estado, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher e a Delegacia da Mulher. Não silencie!
Recomendação de leituras: Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, ed. Veredas, 2007.
Enfrentando a Violência contra a Mulher – Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2005.

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